Campanha Agosto Laranja reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da doença para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes
Foco da campanha Agosto Laranja, a Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica e autoimune que afeta o sistema nervoso central. No Brasil, estima-se que mais de 40 mil pessoas convivem com essa condição, que atinge principalmente mulheres jovens, geralmente entre 18 e 30 anos. Mundialmente, são cerca de 2,8 milhões de casos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde e associações especializadas.
A Esclerose Múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca a mielina, camada que protege as fibras nervosas, comprometendo a comunicação entre o cérebro e o corpo. Essa desmielinização gera sintomas variados, que podem incluir fadiga intensa, alterações visuais, dormência, desequilíbrio e até dificuldades cognitivas, o que torna a identificação da doença um desafio.
A Dr. Thaisa Mattos, médica neurologista coordenadora do serviço de Neurologia do Grupo Santa Casa de Franca, explica que o diagnóstico depende da análise clínica, da ressonância magnética e de exames do líquor, além de testes neurológicos. “Para confirmar a condição, é necessária a demonstração da disseminação das lesões no sistema nervoso em diferentes momentos, o que torna o acompanhamento essencial”, afirma.
Embora não tenha cura, os avanços nas terapias modificadoras permitem controlar a frequência e a intensidade dos surtos, retardando a progressão e minimizando os sintomas. “O tratamento contínuo e o acompanhamento multidisciplinar, que inclui fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e suporte psicológico, são fundamentais para que o paciente mantenha uma vida ativa e com qualidade”, destaca a especialista.
A doença afeta predominantemente adultos jovens e apresenta sintomas que podem flutuar, o que exige atenção constante tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde para garantir diagnóstico precoce e plano de tratamento eficaz. “Quanto mais cedo a Esclerose Múltipla for identificada e tratada, melhores são as chances de controle e menor o impacto na funcionalidade do indivíduo”, ressalta a neurologista.